A mensagem que queria receber, “vamos começar o ano”, eu recebi. Foi o bastante para me animar.
A mensagem que queria receber, “vamos começar o ano”, eu recebi. Foi o bastante para me animar. Outra coisa animadora é ter um diagnóstico em mãos: do grego antigo “diagnōstikós”, a capacidade de discernir”. “Dia”: “por meio de”. “Gignósko”: “conhecer”, “discernir” ou “reconhecer”. “O ato de conhecer ou discernir através de algo”. “Conhecer” a natureza do problema é o primeiro passo. De repente, bem devagar, o sol começa a rasgar o céu e encontra meu olhar perdido nas águas de um lago. Agradeci mil vezes. As notícias mudam, um dia, celebramos a paz (finalmente, pelo menos um cessar-fogo), logo vemos que não é definitivo. Nada é. Outra guerra, a das “fake news”, nos assusta. Corro para ver a atuação das concorrentes ao Oscar (torcendo pela Fernanda Torres). O primeiro filme: Babygirl. Erótico, meio perturbador e com atuação de uma Nicole Kidman perfeita (parece uma boneca, linda aos 57 anos). Tem defeitos, às vezes fica chato, não consegue o impacto que se propõe. Não entendi algumas referências, personagens parecem soltos, rasos, fiquei com vontade de sair na metade, mas não saí, não ajuda Kidman a ganhar o prêmio. O estagiário – personagem de Harris Dickinson – é sedutor, impossível resistir ao seu charme, os dois atores se entrosam muito bem. Saio do filme com algumas cenas poéticas na cabeça e outras perturbadoras.
As estatísticas mostram que os jovens estão bebendo menos e adultos (nascidos entre 1945 e 1964, os baby boomers) mais. Somam-se outros problemas agravados pela idade. Acham que agora podem tudo e é hora de aproveitar. Overdose perigosa. E estamos no “janeiro seco”. Se a proposta de abstinência por um mês não o convenceu, um jeito de ser comedido é tomar uma taça de vinho apenas, isso agora é possível no Ciao Salumeria. Comemorei. Em Curitiba, são poucos os restaurantes que oferecem o serviço, uma pena.
@ciausalumeria
O chef Alex Atala é o entrevistado da semana do programa Roda Viva, da TV Cultura, e seja você chef, cozinheiro ou não, principalmente, se é brasileiro, precisa assistir. Perdeu? Está no Spotify e no YouTube. É uma aula daquelas pra se escutar muitas vezes. Atala é um profissional como poucos, leva a vida com entusiasmo e coragem, é um exemplo. Reconhece talentos, como a chef paranaense Manu Buffara (incrível o que fala dela!) e Rodrigo Oliveira e Adriana Salay, e reconhece também seus erros publicamente, dá muitas voltas por cima, não para e faz história.
@rodaviva_tvcultura @alexatala @manubuffara @rodrigomocoto @drisalay
Uma parceria a ser comemorada é a da Unicuritiba com a escola francesa Le Cordon Bleu que trazem para Curitiba um curso superior de gastronomia. A partir do primeiro semestre de 2025, os estudantes da UniCuritiba passam a ter um certificado duplo. O curso é presencial e tem a duração de três anos. Os professores da instituição receberam capacitação e estão certificados com a metodologia do Le Cordon Bleu. Todos comemoram a parceria, do diretor executivo e técnico da escola francesa, o chef Patrick Martin, ao vice-presidente de Comunicação e Novos Negócios da Ânima, Rafael Ciccarini. Eles têm a certeza de expandir a educação de excelência e oferecer uma formação “única e diferenciada”. A UniCuritiba tem mais de 70 anos de tradição.
Rosa Moraes, responsável pelo primeiro curso superior em gastronomia no país e embaixadora dos cursos de Turismo e Hospitalidade da Ânima Educação, ao lado da diretora da UniCuritiba, Larissa de Albuquerque Dutra, também comemoram a parceria, que consideram “uma oportunidade única”. Sabemos o peso que é contar com a experiência de uma escola internacional na formação de novos profissionais. A cidade e o Estado ganham.
Neste ano, Le Cordon Bleu comemora 130 anos e prepara celebração internacional, novos cursos e outras iniciativas bacanas, como cursos de curta duração e experiências culinárias diferentes.
As inscrições estão abertas, acesse https://www.unicuritiba.edu.br/
Crédito das imagens: Fabiana Kocubey e Gustavo Ferreira
@lecordonbleubrasil @unicuritiba_oficial
O simpósio MAD, do chef René Redzepi, do restaurante Noma, em Copenhagen, volta a ser realizado na cidade entre os dias 25 e 26 de maio. O tema: Build to last (feito para durar). O evento ganhou fama em tratar de temas inovadores de aprendizado e conexão. As inscrições já estão abertas. Adoraria ir. @themadfeed
Andava implicando com o preparo de peixe aqui em casa. Cansei do processo de grelhar. Achei consolo no “O Atlas Gastronômico – uma volta ao mundo em 40 cozinhas”, da jornalista britânica Mina Holland (escreve na Harper’s Bazaar, The Guardian e Vogue entre outras publicações). O livro é para “cozinheiros intrépidos” – que se arriscam – isso mexe comigo.
Ásia no radar. Molhei meu pé na Índia, mas foi uma passagem digamos que mais espiritual. Tendo como guia um iogue, a comida não era o objetivo, apesar de ter comido bem lá (sem contar um restaurante no qual a refeição entrou e saiu como água).
Outra experiência foi em Israel, lá esbaldei-me, são sabores que deixam em êxtase (conto no Juro que comi que está nas melhores livrarias, Amazon também). Agora ando de olho e desejos voltados para China. Quero mais uma alimentação balanceada (yin e yang). A inspiração da receita (fácil, fácil) veio de Guangdong (Cantão).
Use produtos orgânicos.
Peixe cantonês ao vapor
(rende 1-2 porções como prato principal)
1 peixe de carne branca inteiro (robalo ou brema de umas 300g)
1 colher (chá) de sal grosso
2 colheres (sopa) de vinho de arroz shaoxing
2 colheres (sopa) de gengibre picadinho
1 colher (sopa) de óleo de amendoim
2 colheres (chña) de gergelim
1 dente de alho picadinho (opcional)
3 talos de cebolinha fatiados no comprimento
1-2 colheres (sopa) de molho shoyu
15g de cebolinha-miúda e coentro picados para guarnecer
Modo de preparar
- Salgue o peixe por fora e por dentro. Coloque em uma travessa e regue com uma colher de sopa de vinho de arroz o interior e, com outra, o exterior. Coloque metade do gengibre dentro do peixe e espalhe o restante por cima. Em seguida, cozinhe o peixe no vapor por 12 minutos, seja em uma vaporeira ou em uma grelha colocada sobre uma panela de água fervente. Quando ele estiver branco e opaco, estará cozido.
- No minuto final do cozimento, aqueça os óleos de gergelim e amendoim juntos em uma panela wok ou frigideira por cerca de um minuto; se for usar o alho, frite-o por 30 segundos.
- Coloque o peixe em uma travessa, espalhe a cebolinha por cima e regue com o óleo temperado com o alho e o molho shoyu. Para finalizar, salpique com a cebolinha-miúda e o coentro frescos.
Um bom acompanhamento é couve-chinesa salteada. Compre o livro, vale a leitura, Mina tem história. É isso. Boa semana.