Nesta semana conheci pessoalmente Felipe Thiago de Jesus, consultor da Prefeitura de Curitiba e um dos maiores especialistas em abelhas do Brasil. Já tinha ouvido falar dele e do seu trabalho.
Além dos Jardins de Mel – o projeto da prefeitura – ele dá consultoria para empresas e condomínios interessados em ter colmeia ou para quem quer aprender mais sobre o assunto.
É um exemplo para outras cidades. Falo da necessidade de as prefeituras procurarem especialistas em diversas áreas para prestarem consultoria e ter projetos dirigidos para a preservação de espécies, sustentabilidade e qualidade dos alimentos que comemos.
A união com as universidades, faculdades e instituições de pesquisa também é essencial para o desenvolvimento da boa gastronomia e deve acontecer. É um dos pilares. Não podemos ficar ilhados. É preciso aproveitar melhor as pesquisas e trabalhar em conjunto com objetivos práticos, assim como a Embrapa Floresta fez com o palmito no litoral do Paraná.
Polinização das flores
Não custa falar um pouco sobre a importância desses insetos que produzem mel e própolis e são responsáveis por 80% da polinização em todo o planeta, leio numa reportagem de O Globo.
“A manutenção da vegetação natural e a redução do uso de produtos químicos na lavoura são estratégias importantes que permitem a conservação dos polinizadores e da biodiversidade no planeta”, comenta a pesquisadora da Embrapa Acre Patrícia Drumond, na mesma reportagem. Patrícia explica que com a extinção das abelhas teremos uma diminuição na quantidade e na qualidade de frutos e sementes produzidos, afetando a produção mundial de alimentos. Por isso, nossos aplausos para os Jardins de Mel, voltarei ao assunto.
Felipe explica bastante nos vídeos que estão no meu endereço no Instagram. Ele é graduado em Agroecologia pela UFPR, mestre em Agroecossistemas, na especialidade Linha de Manejo e Conservação da Fauna e da Flora, consultor ambiental e quem idealizou o projeto para a Prefeitura Municipal de Curitiba.
Sem ferrão
Temos 38 espécies aqui, 11% das abelhas sem ferrão estão no Paraná, contou Felipe. Elas também são conhecidas como abelhas nativas. A sua criação, que era cultivada pelos índios em toda América Latina, é chamada de meliponicultura, mais líquido e com uma variedade de sabores, por anos foi proibido, sempre houve barreiras e restrições para a criação e comercialização. Por isso, faz pouco tempo que conhecemos as abelhas nativas. Sem dúvida nenhuma é um mel muito mais saboroso.