Crocante, picante, doce, ácida, quente, amarga, fria, colorida. As palavras vão querendo chamar a atenção e se exibindo enfileiradas sem conseguir expressar essa salada que não se define facilmente assim. É preciso prová-la.
Beterrabas assadas e alhos-porós cozidos lentamente em água salgada (não deixe se desmancharem). Mais rúcula e coentro fresco.
A inspiração veio do livro de receitas Jerusalém. Os autores, Yotam Ottolenghi e Sami Tamini, por sua vez, foram até a Geórgia para montar essa salada.
Eles contam que uma lenda do país diz que quando Deus estava distribuindo terras, os georgianos estavam muito ocupados comendo, bebendo e festejando, por isso é tão pequeno, do tamanho da Paraíba. Não se importaram com a divisão, e convidaram Deus para o banquete que disseram ser em sua homenagem.
Nessa receita vai também sementes de romã, tão difíceis de achar saborosas por aqui. Não usei.
Alguns ingredientes do molho, chamado pkhali, eu não tinha (água de tamarindo, óleo de nozes, vinagre de maçã e óleo de amendoim). Usei umas gotas de óleo de gergelim, vinagre de vinho branco, azeite de oliva, mel de abelha nativa. Experimente usar também com berinjela e espinafre, recomendam os autores.
Daí acrescente o ingrediente principal do molho que são as nozes trituradas (deixei uns pedaços maiores) e o alho picado. Sal e pimenta calabresa para temperar.
Prepare o molho uns minutos antes para que os sabores de misturem.
Junte os ingredientes e regue com o molho. Coloque a beterraba e o alho-poró juntos só na hora de servir para que a cor vermelha não se espalhe por tudo. Depois me conte. Com a troca dos ingredientes do molho, fiquei apenas tendo uma pista da salada de lá, mas garanto que mesmo assim valeu. Será que não encontramos georgianos para trocar mais receitas e nos ajudar a encontrar água de tamarindo aqui?