Comeu lentilha? Cordeiro? Porco? Sua sorte está garantida. Então, vamos em frente porque o ano já começou, mas antes terei de publicar uma receita que provavelmente só será lembrada daqui 11 meses, em dezembro. Na verdade, é porque não quero esquecer como fiz o tender, ficou muito bom.
Juro que não gosto quando o tempo reduz a marcha e vai parando, parando, antes de engatar uma primeira que, muitas vezes, demora. A cidade nesse ritmo é estranha. Mas, como a época pede reflexão, não vamos contrariar o ritmo que pode enfurecer-se.
Pensei nos acontecimentos de 2017, lembrei, não sei porque, da morte da “lenda da cozinha italiana Gualtiero Marchesi, 87 anos, e, sem nenhuma relação, ele era tradicional, eu resolvi inovar um pouco tentando começar diferente. Para o almoço do dia 31 preparei um arroz com leite de coco e favas para acompanhar um frango apimentado.
A inspiração foi do livro O Atlas Gastronômico, Uma Volta ao Mundo em 40 cozinhas, de Mina Holland, que já apareceu aqui. Mas vou fazer suspense e deixar a receita para outro post porque não posso perder de registrar como fiz o tender que recebeu muitos elogios.
Procurei no google uma receita e achei uma clássica, com um toque atrevido do chef curitibano Flávio Frenkel, que juntou gengibre ralado aos ingredientes tradicionais: melado (um pote grande); vinho branco (mesma medida); quatro cravos e quatro pedaços grande de canela; sal e pimenta-do-reino moída na hora. Passa a mistura de melado, temperos e vinho em toda a peça. Meia hora no forno e está pronto. Não esqueça de descascar e fazer o “xadrez”. Vai para a galeria dos notáveis.
Gosto de cortar o tender bem fininho. Enfeitei com fios de ovos para manter o costume e tive coragem de abrir a lata de figos gregos que tinham atravessado o atlântico na mala e aguardava uma data especial, deu mais brilho ao prato.
A última dica não é sobre o tender, é contar que a padaria Aquarius no Bacacheri fica aberta 365 dias, 24 horas, uma maravilha, e você acha até fios de ovos em cima da hora da ceia.