Sem saber por onde começar, pilha de assuntos implorando para sair do esconderijo, emendo um samba enredo que fala de comida e tiro o atraso, afinal ainda tem confete que não foi varrido, imagino, e gente gingando em algum lugar.
É que eu prometi que escreveria sobre o desfile da União da Ilha que colocou na Sapucaí o tema que nos é caro: a cozinha brasileira. Então segura o breque que vão umas linhas sobre o “Brasil Bom de Boca”, enredo da escola.
“Vem provar o sabor desse meu carnaval
Eu sou a Ilha, sou o prato principal
Vou deixar água na boca
Provocar uma vontade louca.”
Celso Freire nos representou bem. Estava lá todo folião. Quem me dera, adoro um batuque, aliás, qualquer som que me faça levantar e dar minhas sacudidas. Deveria ter escolhido as sapatilhas como profissão, sei bem.
Mas a promessa, pelo menos vou pagar uma, foi para o colega da pós-graduação em Chef de Cuisine. Rafa, que orgulho de você, representou os “pós” acadêmicos da Universidade Positivo. O tema da escola da União da Ilha do Governador reuniu 3.200 componentes, em 29 alas, cinco carros alegóricos e mais de 100 cozinheiros brasileiros de todos os nossos estados.
Quem já passou por uma bateria de escola no carnaval, mesmo que não tenha o samba no pé, sabe o quanto acelera o coração. Pois, o Rafael Braga de Miranda, deu um tempo no TCC da pós-graduação, aceitou o convite do chef Paulo Machado e foi realizar um sonho. “Muita adrenalina”, resumiu, ainda sob a emoção da experiência. Encontrar tantos chefs juntos também ajudou. O rapaz estreou na avenida no carro perfumado de “cacau”, ao lado do também paranaense Vítor Verona, vencedor do concurso de fantasia do Instituto Brasil a Gosto, e muitos outros chefs.
Severo Luzardo buscou inspiração no livro de Raul Lody e levou as várias cozinhas do país. Flávia Quaresma convocou os cozinheiros. Estavam lá a contribuição indígena e a africana e a cozinha amazônica, entre outros temas. Raiza Costa, a Rainha da Cocada, Janaína Rueda, a Dona Onça, e Danielle Dahoui, da Cozinha sob Pressão, e Kátia Barbosa sambaram que só.
Sem falar nos franceses que foram homenageados: Claude Troisgros, Emmanuel Bassoleil e Érick Jacquin na ala do “botequim” eram só alegria. Que venha o próximo. Tristeza só a classificação da escola: 10 posição.