Há 55 dias não existia nada. Massimo Bottura, chef italiano número um do mundo, e David Hertz, da ONG Gastromotiva, com o apoio de muitos voluntários, conseguiram viabilizar um projeto social de uma cozinha diferente – o Refettorio Gastromotiva, que começa a funcionar nesta terça-feira (9/8), no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Bottura sabe que o papel dos chefs, que já ganharam todos os prêmios e reconhecimentos que poderiam alcançar, é outro, além de cozinhar. Com a iniciativa, eles inspiram a todos a trabalhar por um mundo mais justo. “Será um legado dos jogos RIO 2016”, afirma David Hertz. O restaurante terá 108 lugares e servirá cerca de cinco mil refeições gratuitas preparadas pelos alunos da Gastromotiva e chefs famosos.
“… Estamos acostumados ao que era uma competição para ver quem era o melhor cozinheiro do mundo. Já superamos isso e já não se trata de quem é o melhor, senão colocar o valor a coisas mais importantes, coisas que tem haver com a sociedade que esta começando a tomar consciência de onde tem que ir”, falou o chef do restaurante El Celler de Can Roca, Joan Roca, recentemente numa solenidade.
Foi com esse espírito que Massimo Bottura, ao lado do empreendedor social, o curitibano David Hertz, trouxe para o Rio de Janeiro o projeto já realizado na Expo Milão em 2015 – um restaurante social que utiliza ingredientes que seriam descartados para preparar boa comida e alimentar dignamente pessoas carentes. Grandes chefs do mundo todo se unem nessa iniciativa e dão exemplo. Há 10 anos formando pessoas em situação de vulnerabilidade social, David continua seu trabalho agora também no combate ao desperdício, chamando atenção para que os ingrediente sejam melhor aproveitados e influenciem a todos a pensar nas pessoas que não tem o que comer. Momento incrível e de muita emoção. Escrevendo uma história se superações e desafios.
O mais importante é que a Food for Soul e a Gastromotiva, leia Massimo Bottura e David Hertz, conseguiram o que parecia impossível há alguns meses. Como explicam, “recebemos todos os nãos possíveis, e não desistimos”. Merecem todo o reconhecimento e ajuda para manter a iniciativa funcionando. Aproveito o post para dividir a matéria sobre o pronunciamento deles na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) . “Poder influenciar as políticas públicas, isso sim transformará o grande paradigma do mundo atual”, afirmou David em Roma, no mês passado.
Hoje, todos entendem o poder da gastronomia e a obrigação de fazer alguma coisa e dar exemplo, como Heston Blumenthal, “a gastronomia não é algo elitista de estrela Michelin e ingredientes caros, mas estamos em uma posição privilegiada para aproveitar a interação social da cozinha”. Agora chefs de reconhecimento internacional arregaçam suas mangas e mexem suas panelas para mostrar como aproveitar ingredientes que iriam para o lixo e distribuir para pessoas que não tem o que comer. Na lista dos chefs que irão cozinhar no Refettorio estão os brasileiros: Alex Atala, Roberta Sudbrack, Claude Troisgros, Alberto Landgraf, Manu Buffara e Rafa Costa e Silva; os internacionais: Joan Roca, Alain Ducasse, Albert Adrià e até o ícone Ferran Adrià, além de Massimo Bottura, é claro, e muitos outros. Mais detalhes na matéria do site das olimpíadas aqui e na matéria da Gazeta aqui. E os paranaenses podem festejar também, o curso de formação da Gastromotiva começará no dia 12 de setembro, na Universidade Positivo, as inscrições estão abertas.
08 July 2016, Rome-Every year around one-third of worldwide food production is wasted or lost around the globe, entailing the simultaneous loss of all the resources – water, soil, agricultural inputs, feed – that went into its production.
The environmental impact of food loss and waste is enormous: Arecent FAO study calculated that global food waste would, if calculated as a country, be the world’s third-largest greenhouse gas emitter. Meanwhile, a third of all cultivated soils produce food that will never be eaten.
The good news is that initiatives to combat this trend are proliferating at the global level. Among these is the “Reffetto-Rio” project, an initiative presented in Rome today in the presence of Director-General José Graziano da Silva and Maurizio Martina, Italy’s minister of agricultural policies.
Thanks to the “Reffetto-Rio” project, surplus food from the Olympic Village during the Olympic Games about to commence in Rio de Janeiro will be recovered and turned into nutritious meals for distribution to the neediest. At the same time, cooking and nutrition classes will be given for the benefit of youth and those in difficulty. Volunteers have been invited to participate alongside 45 chefs from around the world in this project.
The initiative was conceived by Massimo Bottura, an internationally-renowned chef and founder of “Food for Soul”, along with David Hertz, a chief and founder of the “Gastromotiva” non-profit organization. Both chefs were present at today’s event.
Echoes of the Milan Expo
The “Refetto-Rio” project can benefit from the significant experience of the Refettorio Ambrosiano that Bottura launched during the Milan Expo last year. That effort took surplus food from the pavilions around the International Exposition to be transformed into nutritious meals for the poor and homeless.
Still active today, the Refettorio Ambrosiano has engaged hundreds of volunteers and cooks from around the world and allowed for more than 15 tons of food from being wasted. It is an effective expression of the spirit of the Milan Charterand the 2030 Agenda for Sustainable Development.
“It is what can be termed a best practice, one that can be replicated elsewhere, and will be at the Olympics in Brazil,” said Martina. “This kind of example can become an everyday trend. Everyone must do their part for a world of zero food waste and zero hunger.”
Graziano da Silva hailed the important role chefs and gastronomic organizations have to play, alongside celebrated sporting activities, in raising awareness about the challenges of ending hunger and improving nutrition. “Every single citizen” can contribute, he added.
Pierfrancesco Sacco, Italy’s ambassador to the Rome-based United Nations agencies, and Giovanni Malagò, President of Italy’s National Olympics Committee, also spoke at the event.