Quem é mais velho lembra da campanha criada pela famosa Umuarama Propaganda, de tantos nomes de destaque da área publicitária, que mostrava os talentos paranaenses ao som da música do compositor João Lopes, “não sou gato de Ipanema, sou bicho do Paraná”. E foi assim que o chef Rodrigo Martins apresentou Manu Buffara, do restaurante Manu Alma Gastronomia, no Congresso Internacional Mesa Tendências 2013, realizado em São Paulo, na semana passada. Perfeito. Ela é mesmo um “Bicho do Paraná”, que está mostrando o seu potencial pelo Brasil, sem abandonar suas raízes, ao contrário, desenvolvendo um trabalho de pesquisa que vai dar o que falar. Já é conhecida e já conhece muita gente do meio. É determinada e está construindo um caminho muito sólido.
Manu, estava nervosa, quem não estaria? Realizar um sonho emociona mesmo. Já comentei no post anterior que há pouco tempo estávamos na plateia, sonhando em fazer alguma coisa pela gastronomia do Paraná. Quem a viu falando com desenvoltura, nem percebeu, garanto. Ela deu o seu recado, contou história, falou das origens, da importância da família, a ligação com o comer bem na infância e a agricultura. Depois, antes de preparar duas receitas, disse como mudou a sua vida quando conheceu um produtor no litoral, o seu Nininho, e tudo o que aprendeu com ele. Falou dos ingredientes que descobriu, como a ova de bagre defumada, do peixe tão desprezado, sobre a primeira vez que experimentou na casa do produtor, sobre o palmito tucun, que é nativo da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, sobre o mel das abelhas sem ferrão, aliás, Sueli Santos da Acriapa, a Associação de Criadores de Abelhas Nativas, deu seu recado ao lado da Manu, que falou ainda do feirante que ela paga mensalmente e que lhe confere o privilégio de escolher o que vai usar no seu restaurante. “80% dos ingredientes utilizados no restaurante vêm da propriedade dele. Damos mais valor quando temos um envolvimento com quem nos fornece o que precisamos”, declarou, disse também que temos mais de 40 tipos de mandioca no nosso Estado! Será que eu entendi certo? Continuou contando tudo, com a rapidez peculiar, falando das coincidências da vida – o seu subchef, o Lucas, trabalhou com o avô dela – e que temos muito mais do que pratos típicos, que precisamos levar os produtores para dentro da cozinha, enfim, foi show! Sucesso Manu! Parabéns!