O Observatório do Código Florestal e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) lançaram no começo de março a campanha “Tem Floresta na Mesa”.

A ideia da campanha é chamar a atenção dos consumidores para o papel da floresta na produção de alimentos e mostrar a importância do consumo responsável.

Recebi as informações e publico quase como recebi porque o assunto é importante, precisamos cuidar das nossas florestas.

Apoio

Considerado um dos chefs mais inovadores do mundo pelo jornal norte-americano The New York Times, Thiago Castanho, dos conhecidos restaurantes Remanso do Bosque e Remanso do Peixe, ambos em Belém, topou ajudar na divulgação e gravou algumas receitas para a campanha. O chef ensina especialidades de sua cozinha com ingredientes locais.

O “Tem Floresta na Mesa” reforça a importância do papel das florestas para se ter chuva e um clima estável, para manutenção da saúde dos solos e por ser um lar para polinizadores.

No site da campanha é possível buscar por produtos de empresas que respeitam o meio ambiente, saber sobre a legislação e ter acesso a conteúdos relevantes. Também estão lá os vídeos com as receitas, além das principais informações sobre a iniciativa.

Conscientização

“Quanto mais soubermos da origem do que colocamos na mesa, mais podemos ajudar a manter a floresta, quem vive ao redor dela e as tradições culturais em pé. Quando fui chamado para participar dessa ação com o Ipam, topei na hora, pois está completamente alinhado com meu propósito de trabalho aqui na região amazônica“, afirma Castanho no material de divulgação.

De acordo com os criadores da campanha, todas as peças desenvolvidas mostram a presença da floresta desde a entrada do supermercado, passando pela escolha do que vai para o carrinho, até a preparação da comida em casa. “É um convite ao público a desenvolver um olhar mais atento à origem do alimento”, explicam.

Diversidade

Para o diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Ipam, Eugênio Pantoja a campanha vai mostrar que sem uma floresta saudável não existiriam condições ideais para o brasileiro ter tanta diversidade e abundância na mesa. “A floresta é um dos recursos naturais fundamentais para a geração de alimentos e precisa ser melhor valorizada por toda a cadeia, do produtor no campo até o consumidor“, reforça.

Estudos de cientistas do Ipam apontam que áreas de produção agropecuária têm a temperatura da superfície de 4ºC a 6ºC, em média, mais alta em comparação a uma região florestada – no caso, o Parque Indígena do Xingu, uma “ilha” verde quase totalmente cercada por pastagens e plantações. Além disso, a floresta ali fornece água para a produção ao redor, na forma de chuva.

Código Florestal

“Tem Floresta na Mesa” também pretende promover o consumo responsável com o estímulo ao cumprimento do Código Florestal pelos produtores rurais e dos marcos de responsabilidade ambiental por parte da indústria alimentícia.

“As florestas nunca foram uma barreira ao desenvolvimento econômico. A proteção florestal pode perfeitamente se conciliar com a expansão da produção agrícola. É fundamental saber de onde vem o que consumimos: o que consumimos conserva ou desmata florestas“, afirma a secretária-executiva do Observatório do Código Florestal, Roberta Del Giudice. “A implantação do Código Florestal é o primeiro passo para que todos tenham essa informação“.

As duas instituições, o Ipam e o OCF, são organizações científicas, não governamentais. O Ipam há 25 anos trabalha pelo desenvolvimento da Amazônia. O Observatório do Código Florestal é uma rede com 34 entidades da sociedade civil espalhadas pelo Brasil, que acompanha e fomenta a implementação do Código Florestal.

Com a campanha, eles lançam um desafio: “junte-se ao movimento #BastaSerHumano em prol do verde, de uma economia inclusiva e da justiça social”.

Ainda em março, teremos uma plataforma sobre transparência de empresas no cumprimento do Código Florestal. O link para essa nova plataforma estará na página da campanha  temflorestanamesa.org.br.

Feijão: a receita do chef Thiago Castanho aqui

Temos diversas variedades de feijões, mas, muitas vezes, ficamos restritos aos mais conhecidos preto e carioquinha. A sugestão do chef é provar o feijão-manteiguinha, típico da cidade de Santarém, no Pará. Thiago Castanho explica no seu livro “Cozinha de Origem” que esse tipo de feijão não forma caldo grosso, como o preto. “O segredo é servi-lo al dente“, explica.

Em Curitiba, você encontra feijão-manteiguinha, peixes e chicória na loja Ver-o-Peso da Amazônia. Veja o endereço e leia post aqui, eu escrevi contando tudo sobre a loja, lá também encontrará a relação de todos os produtos disponíveis.

  • 300 g de feijão-manteiguinha cozido e sem caldo
  • 1 cebola roxa
  • 1/2 copo de suco de limão
  • 100g de tomate picado
  • 4 colheres de sopa de cebolinha cortada em tiras
  • 3 colheres (sopa) de chicória
  • 1/2 colher (sopa) de pimenta dedo-de-moça
  • suco e raspas de 1 limão siciliano
  • 60ml de azeite de oliva extra-virgem
  • pimenta do reino e sal a gosto 

Modo de preparo

  1. Com o feijão já cozido, acrescente cebola roxa, suco de limão, tomate picado em cubinhos, cebolinha, chicória, azeite, pimenta dedo-de-moça, além de sal e pimenta-do-reino moída.
  2. Para finalizar, rale a casca do limão por cima e coloque o azeite.
  3. Sirva com peixe assado – filhote – na folha de bananeira, acompanhado de macaxeira cozida. A receita está no site da campanha. Link aqui.