Fome, desperdício, Tan Tan na lista do 50 Best Bars, Festival Bom Gourmet
É um mexidão. Vamos ver que gosto tem isso.

Audiência pública

Começo a newsletter, a COMO, que nasce semanal e espero tenha fôlego, com a notícia de que o governo federal lançou o Plano Nacional de Abastecimento Alimentar e a terceira edição do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica no Dia Mundial da Alimentação. Por aqui tivemos um importante debate. Na terça-feira, 8 de outubro, fui até a Assembleia Legislativa do Paraná para acompanhar as discussões sobre como garantir o acesso a uma alimentação saudável e suficiente para toda a população e combater o desperdício. Quem organizou a audiência pública foi a Comissão de Defesa do Consumidor, presidida pelo deputado Paulo Gomes (PP), junto com o Conselho Regional de Nutrição.

Uma audiência pública acontece para subsidiar os deputados na proposição de novas leis. “Política bem feita pode mudar a vida das pessoas”. É isso. Foram apresentadas várias iniciativas do terceiro setor e do executivo. Exemplos que dão certo, como o Mesa Brasil, que existe há mais de 30 anos no País, 21 no Paraná, atendendo várias instituições em 113 municípios. O Mesa Brasil – um programa do Sesc – também realiza ações educativas. Porém, mesmo com iniciativas robustas os dados assustam: 33 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, isso é, sem uma dieta adequada. Existe um contraste entre abundância e fome aqui e no mundo. É urgente que tenhamos políticas públicas e ações.

O Secretário Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Luíz Gusi, mostrou os programas da prefeitura que merecem aplausos. Fazenda Urbana, Armazém da Família, Mesa Solidária, Restaurante Popular, Banco de Alimentos e tantos outros que foram implantados e pegam meu voto no segundo turno das eleições municipais de 2024. Ele lembrou do baixo consumo de hortaliças substituídas por produtos ultraprocessados e mostrou metas, planos, conquistas e de como a rede de proteção alimentar pode atuar unindo comunidade, iniciativa privada, organização da sociedade civil e prefeitura. Aposto nisso.

A surpresa foi ver que na legislação brasileira existe uma lei de combate ao desperdício e doação de excedentes de alimentos, de 2020, um decreto sobre a Rede Brasileira de Bancos de Alimentos, uma lei que cria o Programa Cozinha Solidária e o Programa de Aquisição de Alimentos. Mudar hábitos leva tempo e precisa de um megafone para contar o que é feito e porque precisa ser feito.

Do outro lado, da iniciativa privada, Naína Lopes, da Risotolândia, falou sobre o colapso dos aterros sanitários – local planejado com controle ambiental para receber resíduos sólidos produzidos por todos nós -, sobre o custo para as indústrias quando fazem doação de alimentos, sobre a necessidade de oferecer incentivos, como o que existe para o terceiro setor, e buscar outras alternativas sustentáveis. Olhei para o relógio e duas horas tinham voado, precisava sair, perderia o depoimento do Beto Madalosso. Quando entrei e vi que ele fazia parte da mesa, mandei algumas mensagens, uma delas, ele me disse que citou, era sobre a Índia, lá os templos fornecem comida 24 horas preparadas por voluntários com insumos doados. Tive a oportunidade de visitar alguns quando estive no país, ajudar no preparo e comer no local. Pensei que as igrejas daqui poderiam fazer isso também.

Depois fui saber com o Beto sobre os próximos passos. A ideia agora é colher todas as sugestões, elaborar um relatório e convocar outra audiência. Vou acompanhar e contar. Interessante saber que os chefs falam que não tem desperdício nos restaurantes, o que o Beto destacou, “o que sobra vai para a compostagem ou para alimentar animais, não é adequada para alimentação de pessoas. Os cardápios são feitos para o aproveitamento total do ingrediente, desperdício, quando existe, é pontual, porque tudo é planejado para ser aproveitado, caso contrário é dinheiro jogado fora, prejuízo”. É verdade. Consenso é que isso pode ser ampliado com mais treinamento e também mais divulgado. Saindo do evento, ele tratou de conversar com a sua equipe, que inclui uma nutricionista, e refletir sobre o assunto. Algumas sugestões foram encaminhadas para o deputado, entre elas, sobre a necessidade de realizar campanhas de conscientização dos clientes de restaurantes de rodízio e buffet para reduzir o desperdício, pois a logística de entrega do alimento processado é complexa. Outra ação é promover treinamentos sobre a utilização integral do alimento, ou de partes consideradas não tão nobres. E ainda: credenciar empresas doadoras e coletoras para tornar a logística segura e consistente, estabelecendo uma rotina. A ideia seria criar uma rede de coleta e distribuição para que os restaurantes pudessem doar.

Uma representante do movimento suprapartidário da sociedade civil Pacto Contra a Fome também estava lá. Na missão da organização está o combate à fome e redução do desperdício de alimentos. No perfil deles no Instagram é possível ter acesso ao guia “Lugar de comida é no prato”, além da agenda, campanhas e muita informação. Eles nos lembram que “a responsabilidade é de todos: produtores, empresas, varejistas, governos e cidadãos. Temos o potencial de causar um impacto positivo ao nosso redor por meio de pequenas ações”. Um estudo da ONU, em 2024, aponta que 40% de todo o resíduo doméstico mundial é composto por alimentos comestíveis, que se diminuído irá também reduzir o gás metano emitido pelos lixões.

De acordo com o guia, o Brasil é o 10o país que mais desperdiça comida no mundo. “Todos os anos, perdemos uma média de 55 milhões de toneladas de comida, desde a plantação até a casa das pessoas”. No guia está o caminho do desperdício em cada ponta da cadeia incluindo a nossa casa. Nas orientações que servem para nós: planejar as compras; não preparar comida demais; armazenar os alimentos em locais corretos; consumir antes que estraguem. Consciência dos hábitos é o primeiro passo. Lá também recebemos dicas práticas e simples para acabar com o desperdício. Tome nota das seis perguntas que devemos fazer antes de comprar: quantas refeições pretendo fazer; o que pretendo fazer em cada uma delas; o que eu preciso comprar para prepará-las; o que pode ser usado mais de uma vez; o que pode ser congelado; quais são os alimentos da estação (tem a lista lá). O guia também mostra como lavar e armazenar e apresenta a relação de nutrientes. Enfim, tem muita informação e orientações. Vai comer em um restaurante? Pegue apenas o que vai comer e se sobrou comida (que não foi tocada) leve para a casa, doe ou aproveite. Inclua as crianças nessa missão, explique, e vote consciente, veja se seu candidato tem propostas para esse problema, ele promove a alimentação saudável? Fale com seus amigos sobre isso.
Acesse @pactocontrafome www.pactocontrafome.org

Tan Tan entre os 50 melhores bares do mundo

Mudo de assunto porque o Tan Tan é único bar brasileiro entre os 50 Melhores Bares do Mundo na World’s 50 Best Bars e é de se comemorar. Thiago Bañares está na 31a posição. É o único brasileiro a fazer parte da lista principal do ranking divulgado na terça-feira (22/10/24). E é com estudo, criatividade, consistência e muito trabalho que ele faz uma jornada linda. Bañares também integra o grupo das 100 pessoas mais influentes da indústria de coquetelaria em todo o mundo pela revista Drinks International. O Tan Tan foi inaugurado em 2015, em São Paulo, e é um lugar que indico sempre. Não fui lá ainda depois da reformulação pela qual passou. Está na minha lista, não vivo sem elas, têm filmes, livros e endereços para comer bem.

Serviço:
Tan Tan
R. Fradique Coutinho, 153, Pinheiros – São Paulo (SP)
Terça a domingo, 19h às 23h
Sábado, 12h às 16h / 19h às 23h
Último domingo do mês, fechado
55 lugares
@tantannb

Últimos dias do 20° Festival Bom Gourmet Curitiba que vai até o dia 27, domingo.
São 73 restaurantes em Curitiba, com menus de três passos – entrada, prato principal e sobremesa – e preços fixos:
R$ 69,90, R$ 89,90 e R$ 109,90.
Consulte os cardápios no aplicativo do Festival (Android | iOS) todos os detalhes estão lá.
Ou veja no site do Festival Bom Gourmet e nos conteúdos publicados tanto nas redes sociais do evento (@festivalbomgourmet | @festivalbomgourmetcuritiba) quanto no site do Bom Gourmet.
São vendidos em média de 60 mil menus por edição, movimentando cerca de R$ 10 milhões na economia.
O Festival Bom Gourmet é um projeto realizado há nove anos em Curitiba onde impacta em torno de 5 milhões de pessoas com as campanhas de divulgação e vende, em média, 120 mil menus por ano. As duas edições anuais acumulam cerca de R$ 20 milhões de faturamento para os restaurantes.

Também está presente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Balneário Camboriú e Florianópolis, em Santa Catarina.
Deise Campos explica que é uma oportunidade para conhecer restaurantes, que por sua vez têm a oportunidade de apresentar novas receitas, aumentar a visibilidade e conquistar novos clientes.
Além dos estados do Sul, o projeto de expansão da marca prevê a realização do festival em outras regiões do Brasil, chegando a 11 cidades nos próximos anos.

Serviço:
Quando: até 27 de outubro
Onde: em 73 restaurantes de Curitiba
Quanto: R$ 69,90, R$ 89,90 e R$ 109,90
Saiba mais no festivalbomgourmet.com.br e no app (Android | iOS)
Acompanhe as novidades no Instagram @festivalbomgourmet e @festivalbomgourmetcuritiba
Informações também pelo whatsApp: (41) 99253-3574