Descubro pelo Instagram que uma pequena padaria artesanal começou a servir jantar. Piano, piano, tudo bem devagar. Os proprietários fizeram pão um bom tempo antes de abrir, estudaram muito, buscaram aperfeiçoamento. É o empreender contemporâneo, um jeito pé no chão de entrar na área. Anda de braços dados com o movimento slow food, nascido no século passado, que agora esbanja fôlego. A roda gira novamente, já fizemos esse percurso de olhar e valorizar o local, ser mais saudável e sustentável, ser simples, compartilhar, andar de bicicleta, praticar ioga etc., isso lá pelos idos de 1960. O tema voltou às paradas. Estamos em uma boa fase, pode não parecer pelos ventos econômicos e políticos que sopram aqui, mas estamos. A padaria e um novo cardápio Eles começaram com pães, fermentação natural, claro, conquistando a vizinhança aos poucos. Uns quatro anos atrás mais ou menos. Depois, entrou a pizza às quartas-feiras, os clientes comemoraram. Há uns três meses, foi a vez da “quinta das massas”. Provei. Já conto. Às sextas-feiras embalam as comidas da casa com jazz. Morri de vontade. Visita Vale a pena? O menu completo por R$ 59,00 é uma boa opção. O pão do couvert, delicioso, acompanhado de uma manteiguinha da casa muito saborosa, poderia ter sido servido aquecido, qualquer um voltaria só por isso. A entrada de cogumelos, simples e bem feita, agradou. O prato principal também. Massa no ponto, caldo saboroso. A sobremesa não empolgou. Em conjunto vai bem. Vinho no copo americano não dá. Sei que o serviço da bebida encarece, mas uma tacinha mesmo de vidro já ajudaria. Surge uma ideia para carregarmos um “kit” com copo e o vinho de preferência. Já ando com o meu coravin grudado na bolsa, escrevo sobre ele, se quiserem, agora vou pensar em levar uma taça. Onde O salão pequeno com ar industrial e decoração despojada é cool e uma boa opção para quem habita os lados do nordeste da cidade, partindo do ponto zero que é a Praça Tiradentes. Quer dizer, opção para quem habita em qualquer lugar, mais cômodo para quem está pelas redondezas do Cristo Rei, Cabral, Juvevê, Alto da XV, Hugo Lange. Mudamos Curitiba não é mais a mesma. Finalmente, a cidade deu uma modernizada. Demorou. Casas como essas, por exemplo, comuns no exterior, agora pipocam aqui. Mais ou menos três, ou quatro anos atrás estávamos distantes disso. Jovens informados das tendências e cientes das dificuldades de um mercado complicado onde imperavam botecos ou restaurantões começaram a transformação. Casas consagradas viram seu público diminuir, um pouco pelas dificuldades do mercado, um pouco pelo surgimento desses novos empreendimentos. Comida boa e barata continua sendo o segredo. A jornalista Flávia Schiochet dá detalhes aqui contando como foi o caminho dos proprietários desde a abertura da Fábrika em matéria publicada em 2016 Como escrevi nos parágrafos lá em cima, e também pela reportagem da Flávia, a certeza de que trabalhar muito antes de abrir seu próprio negócio e começar pequeno é a receita que dá mais certo, ou que tem menos riscos. Ficar rico e famoso já é outra coisa. Falo de realização pessoal. Fábrika Endereço: R. Schiller, 1305 – Cristo Rei, Curitiba – PR