Estou sempre devendo posts, parece que isso não é um privilégio meu, tenho ouvido blogueiros reclamarem da falta de tempo para atualização dos seus endereços. Quando comecei a escrever sobre gastronomia, há quase oito anos, parecia tão mais fácil. Mas vamos lá. Atualizo e falo de um recente almoço no D.O.M., do chef Alex Atala, em São Paulo. Confesso que a primeira vez que experimentei o menu do reino vegetal no restaurante, hoje na sétima posição no ranking 50 Best, da revista britânica Restaurant, fiquei muitíssimo impressionada. A surpresa foi do começo ao fim do jantar, um prato melhor do que o outro, do sabor ao visual. Desta vez, já não foi tanto assim, mas claro que igualmente muito bom, com algumas exclamações durante o almoço. Menu leve e saboroso. Apesar da mão firme do competente sous-chef Giovani, senti falta do chef, que não estava na casa. O recomendado menu pode ser harmonizado com águas e essências de frutas – a grande novidade -, foi o que pedimos, e algumas foram especiais, como a de erva doce e salsinha e poejo (Mentha pulegium L.). Um dos pratos que mais agradou foi o “mil folhas de mandioca com catupiri”, uma perfeita e criativa execução. Um drinque chamado “kir roçal”, porque preparado com jabuticaba e espumante, deu o toque brasileiro já no início. Depois vieram, entre outros, pratos que destaco, como o ceviche de beringela com pó de algas, o triunfal feijão manteiguinha com creme de couve e farinha de milho e os legumes com rôti de cebola e creme azedo. Sim, ele serviu a formiga, que eu já tinha comido e tem gosto de capim limão, o chef não define como um prato e nem poderia, fala de apresentação de um produto e nos deixa provar o sabor delicado e fresco que tem. No Norte do país é costume comê-la, criatividade dos índios que foram os primeiros a usar. A onda das águas deve enriquecer cardápios mais ousados, como o do Eleven, em Nova York. Veja as fotos de alguns pratos, que merecem aplausos.
D.O.M.
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