Seis noites em Madri e seis restaurantes de peso.

Fazia um tempinho que não visitava a cidade, fui sedenta. Sem dicas, procurei guias e blogueiros. Luciana Bianchi, Alê Forbes, autora de um dos meus blogs preferidos, e o foodie Ivan Marchetti são os primeiros a quem recorro. Desta vez, Alê Forbes passou a bola para o principal crítico gastronômico da cidade, o jornalista Carlos Maribona, do blog de comida “Salsa de Chiles“, cuja lista dos melhores de Madri costuma ser muito esperada. Também abri a “bíblia” dos famosos viajantes Ricardo Amaral e Boni, o “Guia dos Guias” da dupla. Olhei ainda o Foods from Spain. Viagem não programada com antecedência, o objetivo era participar do congresso Madrid Fusión, que vou contar como foi na revista do Bom Gourmet, na próxima quinta-feira, e no blog do jornal, achei que as reservas seriam difíceis. Que nada. A seleção incluiu os melhores restaurantes, é claro, só não consegui lugar no “mais novo tem que conhecer na cidade”, o DiverXo, do chef David Muñoz, que é a sensação hoje. As reservas são feitas pela internet, sem choro nem vela pra conseguir um atalho. Mas consegui, sem muito esforço – cheguei meia hora antes da abertura -, conhecer o StreetXo, logo depois das 13h, já tinha uma fila enorme. O restaurante do mesmo chef é um dos que estão no novo espaço gourmet da loja de departamentos El Corte Inglês (a de Callao) e ele deve chegar em Londres também, em breve. Almocei na pequena e disputada “barra”, burlando minha planilha, infelizmente não consigo mais almoçar e jantar grandes menus no mesmo dia, bem explicado, falo de incontáveis pratos harmonizados com bebida, isso se forem por vários dias seguidos, até o segundo dia vou bem, depois preciso diminuir o ritmo. Como li em alguns comentários na internet, o lugar não é para fracos, a comida é meio pesada. Menu muito criativo, forte influência asiática, poucos pratos e um jeito informal de servir. Veja as fotos. Gostei bastante. Voltaria.

Apertadinho cabem seis pessoas no balcão maior e quatro nos outros dois. Os cozinheiros ficam no centro e todo mundo acompanha a produção dos pratos

StreetXo1

Repare, os pratos são de papelão plastificado e são preparados em cima de uma bandeja, depois é colocado na frente do cliente, muito prático, não tem louça para lavar. Come-se com as mãos, ou com talheres de plástico espalhados em alguns potes pela barra, ou hashis.StreetXo_mesa

O menu é enxuto, acho que não chega a 15 pratos. Escolhi um delicioso, picante e crocante “dumpling”, com orelha de porco confitada, hoisin (um tipo de molho chinês para churrasco), molho de morango, maionese de alho e piclesStreetXo_porco

Depois pedi um peixe na brasa muito saboroso (cavala), que tinha bonito defumado, yuzu-miso (molho japonês) e cebola em conserva.

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Fiquei de olho no sandwich club ao vapor, com ovo frito de codorna e no caranguejo com molho picante, que uma jornalista sentada ao meu lado me deixou provar. As opções do menu eram tentadoras e foi difícil escolher, mas o cozinheiro disse que eu o que eu tinha pedido era suficiente e foi, porque, como já mencionei, os sabores eram fortes, bem condimentados, perfeitos para serem acompanhados por uma cerveja, por exemplo. Deu vontade de repetir. Média de preço de 10 euros cada.

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StreetXo – Espaço Gourmet El Corte Inglês, Callao

Madri